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sábado, 18 de junho de 2016

COMENTÁRIO EXPOSITIVO: ROMANOS: 13:1-14 - NOSSO RELACIONAMENTO COM O ESTADO

NOSSO RELACIONAMENTO COM O ESTADO 

(Romanos 13:1-14)

Deus estabeleceu três instituições: o lar (Gn 2:18-25), o governo (Gn 9:1-17) e a Igreja (At 2). Nesta epístola, Paulo se dirige a cristãos que se encontram no centro do império romano. A essa altura, as grandes perseguições ainda não haviam começado, mas estavam a caminho. O cristianismo ainda era considerado uma seita do judaísmo, e a religião judaica tinha a aprovação de Roma. Mas, um dia, seria extremamente difícil, senão impossível, um cristão manter-se leal ao imperador. Não poderia colocar incenso no altar e declarar "César é deus!"

Em nosso tempo, há quem instigue tumultos e revoltas em nome de Cristo! Tais pessoas afirmam que é uma atitude cristã desobedecer à lei, se rebelar contra as autoridades e permitir que cada um faça o que parece certo a seus próprios olhos. Neste capítulo, Paulo refuta essa ideia explicando quatro motivos pelos quais o cristão deve se sujeitar às leis do Estado.

Por causa do castigo (w. 1-4).
Foi Deus quem estabeleceu os governos do mundo (ver At 1 7:24-28). Isso não significa que seja responsável pelos pecados de tiranos, mas sim que a autoridade de governar é proveniente de Deus. Foi essa lição que Nabucodonosor teve de aprender da maneira mais difícil (ver Dn 4, especialmente os vv. 1 7, 25 e 32). Resistir à lei é o mesmo que resistir ao Deus que instituiu o governo no mundo, e tal resistência atrai o respectivo castigo.

Os governantes devem empunhar a espada; ou seja, devem ter o poder para castigar e até mesmo para tirar a vida. Deus estabeleceu o governo humano porque o homem é pecador e precisa de algum tipo de autoridade sobre si. Deus deu a espada aos governantes e, com ela, a autoridade de castigar e até mesmo executar. A pena de morte foi ordenada em Gênesis 9:5, 6 e continua em vigor. Apesar de nem sempre podermos respeitar a pessoa que ocupa o cargo, devemos respeitar o cargo em si, pois o governo foi ordenado por Deus.

Em mais de uma ocasião ao longo de seu ministério, Paulo usou a lei romana para proteger sua vida e ampliar sua obra. Temos a impressão de que os centuriões mencionados no Livro de Atos são homens de caráter e de altos ideais. Mesmo que os governantes não sejam cristãos, ainda assim são "ministros de Deus", pois foi ele quem estabeleceu a autoridade do Estado.

Por causa da consciência (w. 5-7).
Essa motivação mostra-se um tanto mais elevada que a anterior. Qualquer cidadão pode obedecer à lei por medo do castigo, mas o cristão deve lhe obedecer por uma questão de consciência. É evidente que, se o governo interfere na consciência, o cristão deve obedecer a Deus, não aos homens (At 5:29). Mas quando a lei é correta, o cristão deve lhe obedecer, a fim de manter a consciência íimpa (1 Tm 1:5, 19; 3:9; 4:2; At 24:16).

O governo dos Estados Unidos possui um "Fundo de Consciência" para as pessoas que desejam pagar suas dívidas para com o governo e permanecer anônimas. Alguns municípios têm um fundo parecido. Li sobre uma cidade que havia investigado alguns casos de fraude fiscal e anunciado que vários cidadãos seriam indiciados. Ao fazer essa declaração, porém, não foram citados os nomes dos culpados. Naquela semana, várias pessoas foram à prefeitura para "colocar os impostos em ordem" - e muitas delas nem estavam na lista daqueles que seriam indiciados. Quando a consciência começa a trabalhar, não conseguimos conviver conosco mesmos até colocar tudo em ordem.

Romanos 13:7 ordena que paguemos tudo o que devemos: impostos, taxas, respeito, honra. Se não pagarmos nossos impostos, demonstraremos desrespeito para com a lei, as autoridades e o Senhor, e essa falta de consideração afeta, inevitavelmente, a consciência do cristão. Podemos não concordar com o que é feito com o dinheiro dos violar nossa consciência nem nos recusar a pagar.

Por causa do amor (w. 8-10). Paulo amplia o círculo de responsabilidade de modo a incluir outras pessoas além das autoridades. "Amai-vos uns aos outros" é o princípio fundamental da vida cristã. É o "novo mandamento" que Cristo nos deu (Jo 13:34). Quando praticamos o amor, não precisamos de nenhuma outra lei, pois o amor abrange todas as coisas! Se amarmos os outros, não pecaremos contra eles. Isso explica por que o Novo Testamento não se refere com freqüência aos Dez Mandamentos. Na verdade, o mandamento acerca do sábado sequer é mencionado em qualquer das epístolas. Como cristãos, não vivemos sob a Lei, mas sim sob a graça. Nossa motivação para obedecer a Deus e ajudar os outros é o amor de Cristo em nosso coração.

A frase: "A ninguém fiqueis devendo coisa alguma" também se refere às práticas financeiras do cristão? Alguns acreditam que sim e afirmam que é pecado ter dívidas. J. Hudson Taylor, o piedoso missionário na China, recusava-se a fazer qualquer dívida tomando por base esse versículo. Charles Spurgeon, conhecido pregador batista, tinha a mesma convicção. No entanto, a Bíblia não proíbe fazer empréstimos nem realizar transações legais que envolvam juros. O que a Bíblia proíbe é a cobrança de juros abusivos, a extorsão de irmãos [e a inadimplência no caso de dívidas honestas (ver Êx 22:2527; Ne 5:1-11). Mateus 25:27 e Lucas 19:23 indicam que os negócios bancários e os investimentos financeiros não são errados. Sem dúvida, não devemos fazer dívidas desnecessárias nem assinar contratos que não seremos capazes de cumprir. "Não furtarás." No entanto, aplicar Romanos 13:8 a todo tipo de obrigação legal envolvendo dinheiro me parece uma interpretação forçada. Nesta seção, Paulo concentrou-se no cerne do problema: o coração humano. Pelo fato de o coração do homem ser pecaminoso, Deus instituiu o governo.

Por causa de Jesus (w. 11-14). Percorremos um longo caminho nesta apresentação dos motivos para obedecer à lei: do medo à consciência, da consciência ao amor, e do amor à nossa devoção a Jesus Cristo! A ênfase é sobre a volta iminente de Cristo. Como seus servos, desejamos que, ao voltar, ele nos encontre fiéis. A consumação de nossa salvação está próxima, e o dia está raiando! Portanto, devemos estar preparados!

Diante da volta iminente de Cristo, Paulo dá várias admoestações. A primeira é: "Acordem!" e pode ser relacionada a 1 Tessalonicenses 5:1-11 e também a Mateus 25:1-13: A segunda é "Purifiquem-se!". Não queremos ser encontrados vestidos com roupas sujas quando o Senhor voltar {1 Jo 2:28 - 3:3). O cristão reveste-se da armadura da luz, não das obras das trevas. Não tem motivo algum para se envolver com os pra- zeres pecaminosos do mundo. Por fim, Paulo admoesta: "Cresçam!" (Rm 13:14). "[Revestir-se] do Senhor Jesus Cristo" significa tornar-se mais semelhante a ele e receber pela fé aquilo que ele tem preparado para nossa vida diária. Nosso crescimento é relacionado a nossa alimentação. Por isso, Deus nos adverte a não dispormos de coisa alguma da carne. Se nos alimentarmos das coisas da carne, falharemos; mas se alimentarmos o ser interior com as coisas nutritivas do Espírito, seremos bem-sucedidos.

Em outras palavras, o cristão deve ser um cidadão exemplar. Nem sempre os cristãos concordam com respeito a questões e partidos políticos, mas todos podem concordar quanto a sua atitude em relação ao governo humano.

Autoria: Warren W. Wiersbe
Livro: Comentário Bíblico expositivo Novo Testamento.

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