.

English French German Spain Italian Dutch Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

::

PESQUISAR NO BLOG:

sexta-feira, 17 de junho de 2016

COMENTÁRIO EXPOSITIVO: ROMANOS 1:16,17 - AFIRMA SUA CONVICÇÃO

AFIRMA SUA CONVICÇÃO

(Romanos 1:16, 17)

Que testemunho: "Sou devedor! Estou pronto! Não me envergonho!" Por que Paulo sequer teria sido tentado a envergonhar-se do evangelho ao planejar sua viagem para Roma? Em primeiro lugar, o evangelho era identificado com um carpinteiro judeu pobre que fora crucificado. Os romanos não cultivavam qualquer apreciação especial pelos judeus, e a crucificação era a forma de execução mais abjeta, reservada a criminosos. Por que deveriam crer num judeu que havia sido crucificado?

Roma era uma cidade altiva, e o evangelho vinha de Jerusalém, a capital de uma das nações minúsculas que Roma havia conquistado. Os cristãos daquela época não faziam parte da elite da sociedade; eram pessoas comuns e, até mesmo, escravos. Roma teve muitos grandes filósofos e filosofias; por que dar atenção a uma fábula sobre um judeu que ressuscitou dentre os mortos? (1 Co 1:18-25). Os cristãos consideravam-se irmãos e irmãs, todos membros de um só corpo em Cristo, o que ia contra todo o orgulho e dignidade dos romanos. É quase cômico pensar que um judeu desconhecido, que vivia da confecção de tendas, planejasse ir a Roma pregar tal mensagem.

Paulo não se envergonhava do evangelho. Ele confiava em sua mensagem e nos deu várias razões por que não se envergonhava.

A origem do evangelho: é o evangelho de Cristo (v. 16a). Qualquer mensagem vinda de César chamava de imediato a atenção dos romanos. Mas a mensagem do evangelho vinha do Filho de Deus! Em sua frase de abertura, Paulo a chamou de "evangelho de Deus" (Rm 1:1). Como o apóstolo poderia envergonhar-se de tal mensagem, quando era vinda de Deus e tratava de seu Filho, Jesus Cristo?

Quando eu cursava o ensino médio, fui escolhido para ser monitor da diretoria do colégio. Os outros monitores ficavam nos corredores da escola, mas eu tinha o privilégio de ficar à porta da diretoria. Fazia parte das minhas incumbências transmitir recados a professores e funcionários, e de vez em quando até a outras escolas. Era divertido entrar nas salas e interromper a aula! Nenhum professor me repreendia pela interrupção, pois todos sabiam que eu trazia recados do diretor. Não precisava ter medo nem vergonha, pois sabia de onde vinha a mensagem que eu transmitia.

A operação do evangelho: é o poder de Deus (v. 16b). Por que se envergonhar do poder? Essa era a coisa da qual Roma mais se orgulhava. A Grécia tinha a filosofia, mas Roma tinha poder. O temor de Roma pairava sobre o império como uma nuvem. Afinal, não eram conquistadores? Não havia legiões romanas postadas ao longo de todo o mundo conhecido? Mas, com todo seu poderio militar, Roma ainda era uma nação fraca. O filósofo Sêneca chamou a cidade de Roma de "fossa de iniquidade", e o escritor Juvenal chamou-a de "esgoto imundo, inundado pelas escórias do império".

Não é de se admirar que Paulo não se envergonhasse: levaria à cidade corrompida de Roma a única mensagem com poder para transformar a vida dos seres humanos! O apóstolo vira o evangelho operando em cidades perversas como Corinto e Éfeso e estava convicto de que também agiria em Roma. O evangelho transformara a própria vida dele, e Paulo sabia que as boas novas eram capazes de transformar a vida de outros. Havia um terceiro motivo pelo qual Paulo não se envergonhava.

O efeito do evangelho: é o poder de Deus para a salvação (v. 16c).
A palavra "salvação" era extremamente significativa no tempo de Paulo. Seu sentido principal era "livramento" e se aplicava ao livramento pessoal e nacional. O imperador era considerado um salvador, como também o era um médico que curava alguém de uma enfermidade. O evangelho livra os pecadores do castigo e do poder do pecado. A "salvação" é um dos temas centrais desta epístola e é a grande necessidade da raça humana (ver Rm 10:1, 9, 10). A única maneira de homens e mulheres serem salvos é pela fé em Jesus Cristo, conforme é proclamado no evangelho.

O alcance do evangelho: *todo aquele que crê" (w. 16d, 17). Não se tratava de uma mensagem exclusiva apenas para judeus ou para gentios; era para todas as pessoas, pois todas as pessoas precisam ser salvas. "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura" - essa foi a comissão dada por Cristo (Mc 16:15). A expressão "primeiro do judeu" não dá a entender que o judeu é melhor que o gentio, pois não há diferença alguma entre um e outro, nem na condenação e nem na salvação (Rm 2:6-11; 10:913).

O evangelho foi transmitido "primeiro ao judeu" no ministério de Jesus Cristo (Mt 10:5-7) e dos apóstolos (At 3:26). Como é maravilhoso ter uma mensagem de poder, apropriada para ser levada a todas as pessoas!

Deus não pede que as pessoas se comportem bem a fim de ser salvas, mas sim que creiam. É a fé em Cristo que salva o pecador. A vida eterna em Cristo é a única dádiva perfeita para todas as pessoas, quaisquer que sejam suas necessidades ou sua situação na vida.

Romanos 1:17 é o versículo-chave da epístola. Nele, Paulo anuncia o tema: "a justiça de Deus". O termo "justiça" (e variações como justo, justificação e justificado) é usado mais de 60 vezes nesta carta. A justiça de Deus é revelada no evangelho, pois, pela morte de Cristo, Deus revelou sua justiça ao punir o pecado e, na ressurreição de Cristo, revelou sua justiça ao oferecer a salvação ao pecador que crer. O dilema: "como é possível um Deus santo perdoar pecadores e, ainda assim, permanecer santo?", é solucionado no evangelho. Pela morte de Jesus Cristo, Deus pode ser "justo e o justificador" (Rm 3:26).

O evangelho revela uma justificação pela fé. No Antigo Testamento, a justificação dava-se pelas obras, mas o pecador logo descobria que não era capaz de obedecer à Lei de Deus nem de preencher todos os requisitos justos. Aqui, Paulo faz referência a Habacuque 2:4: "mas o justo viverá pela sua fé". Esse versículo é citado três vezes no Novo Testamento: Romanos 1:1 7; Gálatas 3:11 e Hebreus 10:38: Romanos explica "o justo"; Gálatas explica "viverá" e Hebreus explica "pela fé". Encontramos mais de 60 referências à fé ou à incredulidade em Romanos.

Ao estudar Romanos, entramos em um tribunal. Primeiro, Paulo chama judeus e gentios a depor e os declara culpados diante de Deus. Em seguida, explica o plano maravilhoso de salvação que Deus oferece a justificação pela fé. Nesse ponto, refuta seus acusadores e defende a salvação divina. "Esse plano de salvação será um incentivo para as pessoas pecarem!", exclamam os acusadores. "É contrário à Lei de Deus!". Mas Paulo contesta essas declarações e, ao fazê- lo, explica de que maneira o cristão pode ter vitória, liberdade e segurança.

Os capítulos 9 a 11 não constituem uma digressão. Havia cristãos judeus nas congregações romanas e seria natural perguntarem: "E quanto a Israel? Qual é a relação entre a justiça de Deus e Israel nessa nova era da Igreja?" Nesses três capítulos, Paulo apresenta um relato completo da história passada, presente e futura de Israel.

Conclui, então, com uma conseqüência prática da justificação de Deus na vida do cristão. Inicia com a dedicação a Deus (Rm 12:1, 2), tem continuidade com o ministério na igreja (Rm 12:3-21) e, depois, com a obediência ao governo (Rm 13:1-14). Também diz a judeus e gentios, fortes e fracos, como viver em harmonia e com alegria. Na última seção (Rm 15:14 - 16:27), explica seus planos e saúda seus amigos.
Em resumo, a Epístola aos Romanos diz que devemos colocar tudo em ordem - com Deus, conosco mesmos e com os outros. A justiça de Deus recebida pela fé permite que vivamos corretamente. Essa era a mensagem que Roma precisava ouvir naqueles dias e que nós precisamos ouvir hoje.

Autoria: Warren W. Wiersbe
Livro: Comentário Bíblico expositivo Novo Testamento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

::